Mohamad Kassem Najm é apontado como chefe de organização criminosa que movimentou R$ 22 bilhões de forma ilegal em sete anos. Operação prendeu 36 pessoas e apreendeu carros de luxo, joias e dinheiro vivo.
Mohamad é o único investigado da Operação Octopus, deflagrada no último dia 6, que não foi preso. Outras 36 pessoas foram presas, entre elas irmãos e cunhados do doleiro. Carros de luxo, dinheiro vivo e joias foram apreendidos. A Justiça também bloqueou US$ 250 mil [R$ 1,3 milhão] em criptomoedas.
A EPTV, afiliada da TV Globo, teve acesso com exclusividade ao processo. São mais de 7 mil páginas que detalham como o grupo agia sob liderança de Mohamad.
A defesa do doleiro não havia sido localizada até a última atualização desta reportagem.
O doleiro Mohamad Kassem Najm, apontado como líder de organização criminosa sediada em Ribeirão Preto, SP
Envolvimento da família
De acordo com as investigações, o doleiro é responsável por um grande grupo de empresas de fachada em nome próprio, de parentes e de amigos.
Segundo a promotoria, Mohamad comandava o núcleo central do esquema, que também contava com os núcleos bancário, de empresários e empresas de fachada.
Ele morava em um prédio no Jardim Botânico, zona Sul de Ribeirão Preto, mas não foi encontrado em casa no dia em que a operação foi deflagrada.
Em condomínios da zona Sul, os policiais prenderam a irmã de Mohamad, Myca Najm Junqueira Franco, o marido dela, Luiz Felipe Junqueira Franco, o irmão do doleiro, Melik Najm, e esposa dele, Danielle Gerolin Najm. Todos suspeitos de fazerem parte do esquema criminoso.
Segundo o Ministério Público Federal, Melik e Danielle movimentaram, entre setembro de 2017 e dezembro de 2021, mais de R$ 264 milhões em operações suspeitas envolvendo 308 pessoas físicas e jurídicas.
Danielle e Myca estão em prisão domiciliar porque têm dois filhos menores de idade.
O advogado Júlio Mossim, que defende Danielle e Melik, disse que não teve acesso ao inquérito e só vai se manifestar depois de ter as informações. Já o advogado Antônio Labaki Neto, que defende Myca e Luiz Felipe, não vai comentar o caso.
Como funcionava o esquema?
De acordo com a PF, os investigados obtinham recursos ilegalmente com a venda de produtos eletrônicos da China e dos EUA, que chegavam ao Brasil pelo Paraguai, sem pagar a devida tributação de importação. Além disso, mantinham empresas de fachada e contas bancárias de “laranjas” para lavar dinheiro.
Segundo o Ministério Público, os registros dessas firmas indicavam sedes fictícias, ausência ou pequena quantidade de funcionários, sócios com pequeno poder financeiro e fluxos contábeis incompatíveis com a capacidade presumida.
Uma das empresas investigadas, segundo a Receita Federal, atua no ramo de móveis na região de Ribeirão Preto. A suspeita é de que ela simulava o pagamento de importações para enviar dinheiro ao exterior.
Os depósitos que as contas dessas firmas recebiam eram feitos de forma fracionada e sucessivamente em espécie. Transferências bancárias também eram utilizadas por pessoas físicas e jurídicas “sem nenhuma relação com as atividades econômicas declaradas pelas empresas”, informou o MPF.
As investigações apontam que os recursos eram sacados para o pagamento de títulos ou transferidos para corretoras localizadas em regiões de fronteira, responsáveis pelas remessas ilegais ao exterior.
“Há registro de movimentações financeiras com pessoas investigadas, denunciadas ou já condenadas e indícios de que o grupo mantinha conexões com outros grupos criminosos”, diz o Ministério Público.
Operação Octopus
Segundo o MPF, as investigações basearam-se em quebras de sigilo bancário e fiscal das empresas envolvidas e análise de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Diante do material colhido, a Justiça autorizou os mandados de busca e apreensão e de prisões, que foram cumpridos em oito cidades paulistas, uma de Minas Gerais e uma do Paraná. São elas:
Mohamad Kassem Najm é apontado como chefe de organização criminosa que movimentou R$ 22 bilhões de forma ilegal em sete anos. Operação prendeu 36 pessoas e apreendeu carros de luxo, joias e dinheiro vivo.
A Polícia Federal procura o doleiro Mohamad Kassem Najm, de Ribeirão Preto (SP), apontado como líder de uma organização criminosa sediada na cidade suspeita de lavar dinheiro e sonegar impostos. Em sete anos, a quadrilha movimentou R$ 22 bilhões de forma ilegal, segundo o Ministério Público Federal.
Mohamad é o único investigado da Operação Octopus, deflagrada no último dia 6, que não foi preso. Outras 36 pessoas foram presas, entre elas irmãos e cunhados do doleiro. Carros de luxo, dinheiro vivo e joias foram apreendidos. A Justiça também bloqueou US$ 250 mil [R$ 1,3 milhão] em criptomoedas.
A EPTV, afiliada da TV Globo, teve acesso com exclusividade ao processo. São mais de 7 mil páginas que detalham como o grupo agia sob liderança de Mohamad.
A defesa do doleiro não havia sido localizada até a última atualização desta reportagem.
O doleiro Mohamad Kassem Najm, apontado como líder de organização criminosa sediada em Ribeirão Preto, SP
Envolvimento da família
De acordo com as investigações, o doleiro é responsável por um grande grupo de empresas de fachada em nome próprio, de parentes e de amigos.
Segundo a promotoria, Mohamad comandava o núcleo central do esquema, que também contava com os núcleos bancário, de empresários e empresas de fachada.
Ele morava em um prédio no Jardim Botânico, zona Sul de Ribeirão Preto, mas não foi encontrado em casa no dia em que a operação foi deflagrada.
Em condomínios da zona Sul, os policiais prenderam a irmã de Mohamad, Myca Najm Junqueira Franco, o marido dela, Luiz Felipe Junqueira Franco, o irmão do doleiro, Melik Najm, e esposa dele, Danielle Gerolin Najm. Todos suspeitos de fazerem parte do esquema criminoso.
Segundo o Ministério Público Federal, Melik e Danielle movimentaram, entre setembro de 2017 e dezembro de 2021, mais de R$ 264 milhões em operações suspeitas envolvendo 308 pessoas físicas e jurídicas.
Danielle e Myca estão em prisão domiciliar porque têm dois filhos menores de idade.
O advogado Júlio Mossim, que defende Danielle e Melik, disse que não teve acesso ao inquérito e só vai se manifestar depois de ter as informações. Já o advogado Antônio Labaki Neto, que defende Myca e Luiz Felipe, não vai comentar o caso.
Como funcionava o esquema?
De acordo com a PF, os investigados obtinham recursos ilegalmente com a venda de produtos eletrônicos da China e dos EUA, que chegavam ao Brasil pelo Paraguai, sem pagar a devida tributação de importação. Além disso, mantinham empresas de fachada e contas bancárias de “laranjas” para lavar dinheiro.
Segundo o Ministério Público, os registros dessas firmas indicavam sedes fictícias, ausência ou pequena quantidade de funcionários, sócios com pequeno poder financeiro e fluxos contábeis incompatíveis com a capacidade presumida.
Uma das empresas investigadas, segundo a Receita Federal, atua no ramo de móveis na região de Ribeirão Preto. A suspeita é de que ela simulava o pagamento de importações para enviar dinheiro ao exterior.
As investigações apontam que os recursos eram sacados para o pagamento de títulos ou transferidos para corretoras localizadas em regiões de fronteira, responsáveis pelas remessas ilegais ao exterior.
“Há registro de movimentações financeiras com pessoas investigadas, denunciadas ou já condenadas e indícios de que o grupo mantinha conexões com outros grupos criminosos”, diz o Ministério Público.
Operação Octopus
Segundo o MPF, as investigações basearam-se em quebras de sigilo bancário e fiscal das empresas envolvidas e análise de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Diante do material colhido, a Justiça autorizou os mandados de busca e apreensão e de prisões, que foram cumpridos em oito cidades paulistas, uma de Minas Gerais e uma do Paraná. São elas:
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